Aproxime-se

Seja bem vindo aos meus humildes aposentos. Por favor, peço que se sinta a vontade, não se acanhe. Aprecie um bom vinho e me ceda a honra de aproveitar esse nebuloso dia com o prazer de sua companhia.

Ah! Claro é impressionante o quão belo pode ser uma tempestade ... Muitos diriam turbulenta, trágica ou até mesmo aterrorizante. Eu, no entanto, daria o deleite de elencar como mera prosa e poesia...

domingo, 27 de novembro de 2011

Vida em Brisa

          Tomado por divina criação, despertei de inquietante sono. Os grilhões dos ligeiros minutos logo se apresentaram com sua pressa habitual, mas apenas por hoje, me escondi em baixo do edredom para que não fosse arrancado por suas garras deveras afiadas.
         O café me despertou do torpor, goles sucessivos lembraram-me de sorrisos e familiares rostos. Como desejei naquele momento a brisa pela manha, o sol que emerge lentamente das profundezas do oceano e o beijo de cada onda sobre meus pés desnudos, carinhosamente já acariciados pela alva areia ainda virgem.
         Despertei das imagens projetadas em parede gelo, fria e estática, com saudosismo tatuado na íris e com o caloroso afago de memoráveis dias.

sábado, 19 de novembro de 2011

A Folha

Uma folha corta o vento em rodopios. Parece-me bailarina tomada de eufóricas piruetas. Não resta tempo para curtir a delicadeza do ar que te tomas nobre folha, pois de ti o sopro do vento muito exige.
Sonhastes em deveras horas, flutuar leve sob o esplendor solar, ou decair em suave pouso para saciar sua sede em tranquilas águas e delas se banhar. Até sugeristes a vós, quem sabe um dia se ver repousando sobre a grama ou voltando à gênese de onde vieste. No entanto, o sopro do vento muito te exige...
E tomada pelo vento irás se deliciar do horizonte velado, e das alturas contemplará a glória de um radiante dia, se perderá nos sonetos breves dos pássaros a cada amanhecer, e diante da majestosa noite serás apenas folha, simples e singela em tua unidade.