Os ventos gélidos sopram canções que eu não quero ouvir,
E na mais profunda escuridão da noite
A fina lâmina prateada que rompe delicadamente o céu,
Não consegue, com seu suave fio, apunhalar a dor do peito.
Pelo contrário, sua vigorosa luz me reporta, delirantemente,
Como um portal aberto em meio à imensidão do céu,
Ao mais oculto e íntimo de minha alma.
Com silenciosos passos leves, tateio o chão espectral do imaginário,
E entre as fantasias oníricas que me cercam,
Adentro a fortaleza fantasmagórica onde impera a angústia.
Os ventos gélidos sopram canções que eu não quero ouvir,
Mas são os olhos que vêem o que não desejam.
Na égide fria de um cristal, pulsa um pulso suave...
Pulsa um pulso distante... Pulsa... E pára... Frágil.
Os olhos que fitam, estremecem e entristecem,
E nos cantos úmidos, deixam escorrer gotas límpidas do mar,
Mas o sal contido nelas não purifica, ele julga, condena.
Pois, quando forjara uma segura proteção,
Selara também com o medo, o coração em uma prisão.
E agora...
Meu coração sopra canções que eu não posso ouvir...
Selara também com o medo, o coração em uma prisão.
E agora...
Meu coração sopra canções que eu não posso ouvir...
Esse é bem antigo... foi logo quando cheguei a Três Lagoas.
ResponderExcluirNossa, lindo!!!! Adorei este, parabéns Athos. Beijitos Monyka Klara
ResponderExcluir