Meu
bem, por que se escondes de mim? Deixa-me no vagar das ideias, na busca, no
vazio, na escuridão. Ao se esgueirar não tem horas, nem datas, não escolhes
momentos, nem conveniências. Talvez quem sabe escolhas divinamente bem, como um
predador que analisa sua presa. Mal sabeis vós quão regozijante me ergo quando
o véu se perde e a ti me encontro, saboreando cada detalhe que a muito
esquecera.
Amor,
por que se vai? Por que me deixas quando meu eu mais necessita de vós? Não há
passado se não existires em mim, e de meu futuro nada farei. Apenas viverei
vazio, sem nada a recordar, a não ser a penosa dor de não mais existir.