Hoje, como em tantos outros dias acordei só... Cama vazia, ausência do cheiro aprisionado na memória, com a falta dos beijos que um dia me fizeram sonhar a dois, ou com o olhar que confortaria meus longos e tortuosos dias. Ironicamente a falta da presença amargura muito menos que a total inexistência de um VOCÊ. Inacreditavelmente estou de mãos atadas, rendido, entregue... Nada se prende mais a minha cabeça, apenas seus sorrisos, seus brandos olhares e os silêncios ocorrentes em tão repetitivas vezes. No entanto, amedronta-me entrar num silencio que não me fará mais ouvir sua voz, me deixando a mercê dos mais profundos gritos de loucura dos meus sentimentos espedaçados.
Sinto muitas vezes dramatizar demais, ser impaciente demais, ser intenso demais, bobo demais, amar demais, talvez... Mas desejo muito mais pecar por todos os meus excessos tolos e demasias insuportáveis, do que olhar para trás e reparar que não me rendi esforços, que abandonei os meus amores e renunciei facilmente cada sentimento como se não me importa-se. Não, não suportaria a culpa, deixe que eu peque cada dia por cada mínimo excesso... Quero descer a correnteza por mais alto que seja a queda dessa imensa cachoeira... Quero me sentir vivo, entrar em contato no limiar do SER E ESTAR VIVO...
Hoje subirei no trem que me levará a um único caminho... No entanto, a parada em que ficaram minhas malas esperançosas e a sombra dos meus sonhos está a cargo do nobre Destino. Ele se encarregará de lançar os dados e tomar as DECISÕES. Espero que seja sábio em suas escolhas.